Tuesday, August 29, 2006

Estradas...

Uma das coisas que adoro é descobrir uma estrada deserta com uma vista bonita e levar o carro a passar por estes sitio inusitados...Se calhar por causa disto acabo sempre por querer ter um jipe cada vez que vou de férias (ou venho de férias).

Lembro-me muito bem de no mapa (o grande mapa do ACP que até serviu para fazer a revolução do 25 de Abril) descobri a ligação Unhais da Serra - Torre, um excelente caminho para ver a beleza da serra da Estrela.

Mas aquela estrada que sempre me apaixona de cada vez que a faço é a ligação Galafura-Covelinhas-Régua. A Galafura é o miradouro do Douro vinhateiro, o ponto que revela a grandeza do rio Douro e glorifica a cultura do vinho. Descer até Covelinhas é uma aventura que vale muito a pena, só fazendo a estrada é que se pode apreciar, depois, bem é seguir para a Régua pelo lado mais duro e rude, a ver as encostas da margem esquerda...Depois se ainda quiserem aventura bem subam até à Santa Eufémia... A zona é linda, toda ela.

Mas ninguém reconhece isso senão pegar no carro e o fizer.

Wednesday, August 23, 2006

Mais uma surpresa...

Quem não conhece Joy Division? Bem se conhecem de certeza absoluta que já ouviram o "Love will tear us appart". Hoje vi a letra e é impressionante, ou pelo menos impressionou-me, por isso aqui a deixo:

When the routine bites hard
And ambitions are low
And the resentment rides high
But emotions wont grow
And were changing our ways,
Taking different roads
Then love, love will tear us apart again

Why is the bedroom so cold
Turned away on your side?
Is my timing that flawed,
Our respect run so dry?
Yet theres still this appeal
That weve kept through our lives
Love, love will tear us apart again

Do you cry out in your sleep
All my failings expose?
Get a taste in my mouth
As desperation takes hold
Is it something so good
Just cant function no more?
When love, love will tear us apart again

Adoro surpreender-me com uma letra de uma música muito conhecida. Dá para ver o quão desatento ando de tudo em minha volta...Esta pode ser forte, crua e dura mas até é verdade.

Monday, August 21, 2006

Do livro:

Claro que tinha de haver citações do livro que falei antes Estas gostei imenso, poruqe me tocaram, porque as busquei e porque sim, porque me lembram de ti e de coisas boas e sentidas e porque porra...são bonitas.
Podem servir para todos lerem e ficarem com vontade de ler o livro.

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Dos outros corpos, desde que ausentes, mais as perfídias que as perfeições, mais os segundos de explosão que as horas de plenitude. Mas, em relação à Y, estava tudo a passar-se de maneira diferente: o que me sufocava era a lembrança dos seus gestos espontâneos mas executados como que au ralenti; e não só a garganta mas também todos os poros me ficavam de súbito obstruídos pela inesperada evocação dos demorados jogos dos seus dedos, dos sinuosos e absortos percursos da sua boca, das inúmeras marcas derramadas que toda a sua pele tinha deixado à superfície e no interior da minha. Pela primeira vez sentia eu o corpo a gemer em segredo, a uivar em silêncio, com exasperantes saudades de outro corpo.
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Com a Y é que foi tudo perfeito. Ao menos durante um Inverno e uma Primavera, a seu lado vivi de facto um amor feliz.
Quando a Y voltar, se voltar, nem tudo será idêntico. Mas talvez eu possa, embora de outro modo, tornar então a dizer, de mim para mim, que nada se iguala tudo se equivale.
Entretanto, nunca deixar de ser grato. No papel, no barro, no ferro, no mármore: acção de graças, Te Deam, celebração.

Pote d’ouro

Do fim do arco-íris, fica em Ferreirim, Britiande, concelho de Lamego. Ou aí ou na outra ponta, mas essa eu não reparei…

Um amor feliz…

Há livros que nos tocam, bem quase todos os livros nos tocam, mas existem aqueles que pelo que contêm ou pelo momento em que são lidos (ou por ambas as razões) nos tocam. Nas férias decidi terminar o “Um Amor Feliz” do David Mourão Ferreira (curioso apelido), como escrevi antes o começo da leitura veio da sugestão provocada por um post duma colega que despoletou aquele processo que sempre me serviu para impulsionar a leitura: a obsessão. Sei que é um pouco estúpido, principalmente com a minha pouca leitura mas leio assim como que com obsessão: tenho de ler, tenho de acabar, tenho de saber e tenho de viver aquilo por dentro (aquilo falo dos romances claro). Claro que isto só funciona bem em romances e nem todos, preciso de sentir empatia (todos precisamos) mas eu sinto que faz mesmo falta aquele encaixar na sequência da narrativa (seja das pessoas, dos lugares ou da simples trama).
Este encaixou, por dois motivos: a forma e o conteúdo. O conteúdo a Beleza e a puta da vida e todas as voltas que fazemos para estar com, perto da, acompanhados da Beleza, esta é uma bela forma de dizer que percebo porque a maior parte dos homens de meia idade em finais dos 80’s, inícios dos 90’s leram este livro; A “forma” tem a ver com a forma tão redonda como está escrito, pela, claro, grande capacidade do seu autor mas principalmente pelo cuidado que pôs no português com que o escreveu.
Numa altura em que me sinto não inapto na escrita e que sinto que tantos anos de Engenharia me deram uma imensa capacidade de dizer baboseiras sobre equipamentos e soluções, sistemas e tecnologias, sendo que consigo escrever imensas mentiras, inverdades e todo uma resma de outras porcarias, soube bem, muito bem ver que é possível tratar a língua duma forma tão bonita (lá está aquele cliché de se fazer amor com as palavras…cliché mas bonito).
Continuo a invejar aqueles com o dom da escrita, os que conseguem tocar fundo nas pessoas pelo que escrevem e pelo que dizem (ou até por ambos). Quanto à Beleza, todos gostamos dela e a procuramos, encontramos, agarramos e largamos…por isso o tema está mesmo bem.
Quem já o leu vai-me falar de coisas mais praticas como casamentos, facadas nestes, amizade, desilusão da vida, que se lixe, o livro é sobre mulheres, como podem ser bonitas, tocantes e como moldam a nossa vida…
Obrigado Elsa, foste tu que me levaste a finalmente pegar nele e ler. Fica o convite para que mais o leiam e ou comentem.

Férias

Voltei de férias hoje e depois de uma semana posso dizer que trabalhar não é bom...

E o primeiro dia após regressar é foda mesmo.

Wednesday, August 09, 2006

Só para...

...mandar a Lua cheia à merda!

Tuesday, August 08, 2006

Lua

Este post é só para dizer que está lua cheia, facto que combinado com o calor convida a sair. Saia-se pois e verifique-se este fenómeno, a luz da lua na praia, ou em qualquer outro sitio.

Está lua cheia vamos mas é para a rua. É bonito, é uma daquelas coisas bonitas que não nos custa absolutamente nada, só o esforço de a ir ver...

(claro que a névoa que está hoje serve bem para me fazer pensar 2 vezes mas com sorte ainda dá para safar)

Tuesday, August 01, 2006

Para lembrar...

Uma musica, um rol de memórias, um estado de espírito:

I would say I'm sorry
If I thought that it would change your mind
But I know that this time
I've said too much
Been too unkind

I try to laugh about it
Cover it all up with lies
I try and Laugh about it
Hiding the tears in my eyes
'cause boys don't cry
Boys don't cry

I would break down at your feet
And beg forgiveness
Plead with you
But I know that
It's too late
And now there's nothing I can do

So I try to laugh about it
Cover it all up with lies
I try to laugh about it
Hiding the tears in my eyes
'cause boys don't cry

I would tell you
That I loved you
If I thought that you would stay
But I know that it's no use
That you've already
Gone away

Misjudged your limits
Pushed you too far
Took you for granted
I thought that you needed me more

Now I would do most anything
To get you back by my side
But I just Keep on laughing
Hiding the tears in my eyes 'cause boys don't cry
Boys don't cry
Boys don't cry

Para quem não sabe: "The Cure"

Leiam se tiverem paciência...

Ontem bateram-me no carro…
Nada de especial, afinal se andamos com os carros podemos levar e dar porrada e embora nos esqueçamos de que esta situação faz parte da vida, a possibilidade de haver merda existe sempre.
Bem no meu caso foi simples, um cruzamento, um carro atravessa, o outro vem lançado e prontos está feito o cenário para um embate lateral, com danos nos dois veículos e na via publica mas sem feridos.
Para ser mais preciso, levei uma panada de lado na traseira do veículo, que fez a matrícula do outro senhor ficar encrostada na minha jante, depois galguei o passeio e com a traseira varri um sinal de transito e um pino do passeio, logo o outro lado também ficou bem machucado…Em suma a parte lateral dos dois lados do carro, isto é a zona dos pneus de trás está (tecnicamente falando) toda fodida.
Nestas alturas dá-se os pormenores, chamamos bandidos aos outros, os assassinos da estrada e assim… No meu caso só penso, quem terá passado o vermelho, porque merda eu não em lembro de quem ia à minha frente e que sinal estava no semáforo, será que a minha distracção me lixou, será que estou completamente inocente e realmente o outro gajo é um assassino da estrada?!
Bem não sei, sei que estava feliz da vida a sorrir, e em segundos levei com um carro, vi o carro deslizar, inclinar e bater no chão, vi a pessoa a meu lado, subir, cair, abanar…Vi que a pessoa que estava a meu lado podia estar mal, podia ter ficado mal, podia ter sofrido…lembro-me de a ver fazer isto tudo e foda-se preocupa-me.
Todos damos boleias, fazemos loucuras (uns mais outros menos) mas na realidade é importante às vezes termos a noção que um dia podemos ter azar, claro que isto não pode ocupar a nossa cabeça sempre mas podemos ter azar e principalmente o nosso azar pode ser o azar de outros.
Que conversa de merda, bateram-me e pronto…Mas depois os Engenheiros do Azar começam as frases com “Tiveste muita sorte”, “Um nadinha ao lado e tinhas azar”, “Se ele te apanha a porta estavas tramado”…Isto faz pensar: estava a sorrir e podia ter sido a ultima coisa porque tive sorte, porque bateu atrás e não na porta; e a pessoa que ia comigo, também podia ser envolvida neste azar e aí teria havido realmente merda. Uma coisa são as nossas acções mas a simples boleia implica a responsabilização por outras pessoas.
Bem demasiado filosófico, mas assustou-me, não o carro que de todo fodido passará a impecável ou a novo carro, mas pelas pessoas…Eu, que podia não estar a contar a história, quem comigo ia que podia ter sofrido e tudo no fim por não me lembrar se o sinal estava verde…mas se não estava porque raio teria avançado!