Monday, October 23, 2006

Sem fôlego

(...)
Os movimentos repetem o prazer que só por si anseia, por vezes mais agudo, quase dor, que se escapa do interior para o exterior dos corpos. Os corpos vindo-se reviram-se para desvendar mais um segredo. Nunca tive prazer assim tão fortemente, confessa uma voz comovida. Há lágrimas. As mulheres são infinitas. O macho tem de dosear o sémen, a corrente, o liquido de que é feito. A sofreguidão, no entanto, aumenta. Vale tudo o que der mais prazer ao outro, que o prazer vem do outro, num esplendoroso reflexo. A tua face desfeita, como é linda. Os teus cabelos são sedas onde me perco. O teu sexo pulsa por cima do meu coração aflito. O sexo é o caos primordial antes da separação dos corpos, o que liga a morte à vida. As coisas são todas as coisas a que se possa lançar a mão, roubar o fruto, sorver a corrente de suor que se escapa do interior dos corpos virados do avesso. Só a exaustão tranquiliza,…
(...)
(é do ultimo livro do Pedro Paixão que se chama Asfixia e que eu gostei particularmente …. )

1 Comments:

Anonymous Anonymous said...

:D :D :D :D

4:43 PM  

Post a Comment

<< Home