Monday, May 28, 2007

Eu estive lá – 25 de Maio de 2007

Às 6h15 já estava a antecipar o que haveria de ser...Sair, apanhar o metro, mas que Metro? Por que linha ir, bem era melhor despachar, apanhei o Camarada Pedro a sair e vai de boleia para Sete Rios que bem precisava. Deixo uma nota de agradecimento para a boleia e o knowledge de que para ir para a Expo é bem melhor apanhar o Metro em Telheiras...Quando se vai de Sete Rios à Baixa para mudar para a Expo...Bem que se lixe, a razão da ida é bem melhor e encontrei logo gente que tinha chegado de camioneta e estava a curtir a paisagem em Lisboa, todos a caminho do mesmo.

Chegar à Expo, atravessar o Vasco da Gama, sair em frente ao pavilhão, encontrar a molhada toda à espera dos amigos, encontra-los e entrar....Mesmo à cromo entrar logo cedinho para não perder pitada. Uma surpresa, tocava Led Zepplin baixinho enquanto eu estava ali à espera do “concerto”. Reparei que na plateia estava tão pouquinha gente e na bancada então, bem era só espaço.

Eram 8 da noite e tal como estava no bilhete vieram uns vultos a descer pelo tunel de acesso e sobe um senhor ao palco que até à distancia que estava aparentava ser o Dave Matthews e não é que era mesmo, estava em traje de concerto que é o mesmo que dizer que estava de camisa e calças normais e do microfone nos dá as boas noites e atira um: “You probably know him from bands like Rage and Audioslave. Ladies and Gentleman, Mr Tom Morello” (ou algo assim)... e lá vem o guitarrista dos Rage com uma viola acustica e uma gaita, muito saudado pelo próprio Dave Matthews e pelo publico que ali estava, baixaram as luzes (ficou a luz natural que entrava no pavilhão) e começou o concerto.

O Tom Morello tocou musicas retiradas do album One man revolution e mostrou como ainda se faz musica de intervenção nos EUA. Gostei de o ouvir, as letras de luta têm um apelo especial, o senhor tem boa voz para elas e toca guitarra como se quisesse partir as cordas todas de uma vez, mas soa bem. Muito português a ser falado e no fim uma sensação de que o senhor é um bom sucessor para Bob Dylan e outros senhores que se preocupam com as lutas que os rodeiam. Para quem me acompanhava foi um bocado frouxo, realmente foi muito calmo e concordo que o senhor que é um mago da distorção e do som poderoso da guitarra electrica fica limitado quando não tem aplificadores, mas portou-se bem, toca muito bem e as letras valeram muito...Uma frase ficou na memória: “...If you take a step towards freedom, it will take two steps towards you...”

45 minutos de musica e depois intervalo, Bob Marley nos altifalantes, pavilhão a encher , cerveja, cervejas, conversa, riso, nervoso miudinho na antecipação do que aí vinha controlado pelo som reggae que ia animando as coisas.

9 da noite, 21 horas GMT (mais uns pozinhos) e estavam os senhores a entrar no pavilhão com uma ovação brutal....O eco que se fazia sentir aumenta sempre estas ouvações e claro que isso deve impressionar, 7 senhores sobem ao palco, olham para a moldura humana e param. Realmente eu só me lembrava do pessoal me dizer que o pavilhão não enche até ao fim, mentira em DMB encheu e ficaram pessoas até ao fim da plateia. Cá em cima tudo muito mais composto e máquinas de fotografar e telemoveis por todo o lado e captar o momento.

7 pessoas em palco, 3 pretos e 4 brancos, guitarra, baixo, bateria, piano, violino, trompete e saxofone...Aos seus lugares, get set, vai começar.

Primeira musica “Everyday”, fixe conhecia e cantei e achei que tinha começado bem, a voz dele não se percebia e os instrumentos estavam meio misturados mas que se lixe, estão lá “engenheiros” para resolver os problemas do som, é sempre assim. A segunda música foi o “Dream Girl”, não estava à espera, não valeu, apanharam-me de surpresa, caraças...foi bonita e cantei, era dos que conhecia a letra e a musica é bonita, não resisti à lágrima porque doí muito e não espera que me tocasse tanto ouvi-la...bem passou e venha a próxima, por aquela altura podiam tocar o que quisessem que eu estava rendido, para mim o concerto seria excelente.

Tocaram e tocaram e epá são muito excelentes. 7 pessoas em palco, 7 musicos em sintonia a tocar e a improvisar ou se calhar não mas a rimar os insrumentos de forma que não deixava de impressionar. As musicas alongavam-se, a voz dele aparecia cada vez melhor e o concerto foi subindo de tom duma forma que apenas posso considerar brutal. Fosse o moço do violino com espasmos mas a dar um show de musica, fosse o Dave Matthews a cantar e a tocar com a a alma, ou o baixo ou os teclados, os sopros ou o enorme baterista (Carter Beauford) a tocar e a mandar naquela malta toda.

Sobe o Tom Morello ao palco e vêm duas musicas arrebatadoras: #41 e American Baby. Delirio total, o publico ouvacionava cada musica, mas parava para os ouvir, porque realmente era um previlégio estar lá a ouvi-los. O #41 deixou as pessoas ainda mais loucas porque tinha sido pedido por muita gente e lá se tocou, com o Tom Morello a mostrar a mestria também para viola acustica. “Obrigado” dizia o Dave e perguntava-se porque que raio não tinham vindo, nós também...

Com toda a plateia totalmente rendida, começou o “Ants Marching” enorme versão, excelente versão e toda a gente a cantou....Depois disto o adeus e o sair de palco com muitos sorrisos e uma dezena de “paus” de bateria a voar para o publico.

Claro que nem as luzes se acenderam, nem as portas se abriram, nem o publico parou de gritar e de aplaudir (aplaudir cansa, depois de terminado o concerto) .

Voltaram o senhores, mais loucura, sobe o Dave Matthews e debaixo de uma luz laranja empunhando uma violada atira-nos o “Gravedigger”; é muito poderosa esta musica, mais lágrimas, sinceras, porque a morte é definitiva, é certa e nada se pode fazer contra ela...Musica muito poderosa para abrir um encore muito bom. Muita musica depois (embora fossem só 2 musicas) veio o “Stay” e aquela é a forma de eles acabarem os concertos.

Até poderia ser assim se depois da saida o Pavilhão Atlântico não tivesse ficado lá a aplaudir e a gritar e mesmo com as portar abertas ninguém saíu. Eu também lá fiquei à espera que as luzes se acendessem e pronto se acabasse...não de novo se viram os vultos a chegar e a subir e sim a Dave Matthews Band voltava para um rarissimo segundo encore. Bastou o “Dont drink the water” e o “Rapunzel” para que se fechasse em excelencia um concerto memorável. São sete senhores demasiado bons que deixaram 3h30 de musica nos ouvidos e que realmente acabaram comigo, foi demais.

À saida ficam aquelas sensações de: 30 euros tão bem gastos e que musicas tão ricas e tão bem tocadas ao vivo, nem me importo de não as conhecer em disco nenhuma musica ficou pior naquela intrepretação.
Na realidade fica a sensação de que estive lá e foi muito bom. Fica o alinhamento e uma foto :


Fri 25 May – Dave Matthews Band, Tom Morello

Everyday *
Dream Girl *
Crash Into Me *
Hunger For The Great Light *
Louisiana Bayou *
When The World Ends *
Grey Street *
The Idea Of You *
So Much To Say *
Anyone Seen The Bridge *
Too Much *
Sister + Lie In Our Graves *
#41 *
American Baby Intro *
Two Step *
Ants Marching *
________________
Gravedigger + Jimi Thing *
Stay (Wasting Time) *
__________________
Don’t Drink the Water *
Pantala Naga Pampa *
Rapunzel *

3 Comments:

Blogger Hannah said...

Ouço o pessoal todo contente com este concerto. Ainda bem que gostaste e que valeu os 30 euros, acho que assim vale muito a pena gastar dinheiro e estar à espera de um concerto... de 3 horas!! Muito bom! :D

Beijinhos

PS- Bela descrição :*

10:33 AM  
Anonymous Anonymous said...

Pois é :), pelo menos na net e nos meus conhecimentos todos ficaram extasiados.
Na descrição faltou uma menção à Elsa e ao seu post When the world Ends...é uma musica com uma letra bemm bonita e muito boa :)

1:37 PM  
Blogger fenix said...

Obrigada Babe.
Foste tu que m deste a conhecer esta banda. Não é das minhas preferidas,mas confesso que fiquei apaixonada com a letra da musica "when the world ends"... identifiquei-me com ela...

9:47 AM  

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